Monserrate | Os Espaços
- ph3020
- May 13
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Quimera (Portão de entrada) - À entrada do parque, duas quimeras lembram-nos que, para lá destes portões, está um mundo fantástico.
Arco de Vathek - Este arco seria originalmente a entrada da propriedade. Evoca várias características do Romantismo: exaltação dos sentidos, a recriação de ambientes exóticos e a provocação de emoções fortes, envolvendo o visitante num misto de sensações. Neste jogo, o arco tem um aspeto natural e, em simultâneo, instável. Porém, trata-se de um elemento criado com estas características. O nome atribuído ao arco, no século XIX, por Thomas Cargill, foi “Arco ou Entrada de Vathek” e foi uma homenagem à obra de William Beckford, Vathek (1786) por se crer ter sido este a concebê-lo.
Cascata de Beckford e Lago de Hipocrene - Cenário parcialmente recriado. A cascata é um elemento semi-construído, sendo a parte inferior constituída por uma grande rocha natural e a parte superior por um empilhamento estratégico de pedras de dimensões menores. O efeito da cascata confere um ambiente tropical ao local. O lago é um acrescento do tempo de Francis Cook. Deve o nome - Lago Hipocrene - à sua forma original em ferradura, remetendo para a mitologia clássica. Em termos práticos, o lago funciona como reservatório para a pequena cascata que se lhe segue, abastecendo todo o Vale dos Fetos.
Vale dos Fetos - No século XIX, este vale mantinha-se regado e húmido por um sistema de condução de água em telhas de cerâmica que permitia manter a permanente reposição da humidade relativa, bem como a rega por alagamento.
Ruína Romântica - A estrutura é contemporânea do primeiro Palácio de Monserrate, mandada construir por Gerard de Visme, em 1790. Na sua origem, teria uma função decorativa da paisagem, sendo também referida como local para alojar os tratadores de cavalos. Trata-se da única testemunha física da arquitetura do palácio de De Visme, com janelas, ameias, pináculos, cantarias, estuques e fingimentos semelhantes aos que surgem nas ilustrações do palácio. Quando Francis Cook adquiriu a propriedade já se encontrava em ruínas. A edificação foi engolida pela vegetação, integrando-a na paisagem romântica do parque, onde a árvore representa a supremacia da Natureza sobre o Homem. A árvore-da-borracha-australiana foi plantada neste local em 1925 por Herbert Cook, neto de Francis.
Lagos Ornamentais - Os lagos terão sido construídos depois de 1890, recebendo a água proveniente da Cascata, proporcionam um habitat privilegiado para espécies que dependem do meio aquático tais como, os anfíbios de que são exemplo a salamandra-de- pintas-amarelas; e duas espécies que só existem na Península Ibérica: o tritão-de-ventre-laranja e a mais rara rã-de-focinho-pontiagudo. No lago maior, na margem que se orienta para o relvado, era comum colocar-se um palco de madeira, onde se faziam bailes. Era também comum a realização de atividades como passeios de barco ou a realização de piqueniques junto aos lagos.
Jardim do México - No seu parque, Francis Cook tinha como objetivo criar um ambiente natural para a introdução de plantas com as mais diversas origens, aproveitando as condições naturais. Na vertente virada a sul existiam condições para criar espécies de climas quentes e secos, ditando a criação do Jardim do México, tendo-se desviado a linha de água do vale e modelado as encostas em terraços. O jardim inclui uma coleção muito interessante de espécies tropicais como palmeiras, yuccas e cicas, e espécies de climas quentes como os agaves, as suculentas e os cactos.
Roseiral - O jardim das Rosas, como originalmente foi denominado, era composto por uma coleção de roseiras. Para Francis Cook, a rosa era a Rainha das Flores, é também a flor da Inglaterra, e representava tudo o que os jardins do Oriente podiam trazer à sua criação exótica. As roseiras plantadas na recuperação do jardim foram-no dentro de um grupo de híbridos e espécies de origem subtropical, tais como as roseiras da China e da Índia, as roseiras Cha, Noisette e a Rosa gigante.
Relvado - Foi o primeiro relvado plantado em Portugal, oferecendo uma paisagem pitoresca e campestre ao jardim e um elemento essencial num jardim inglês. O acentuado declive foi aproveitado, instalando-se um sistema de irrigação inédito em Portugal, que permitia o relvado manter-se verde o ano inteiro, quase sem necessidade de mão-de-obras para a rega.
Caminho perfumado - Inserido no espírito do romantismo, a estimulação do olfato nos jardins era um dos pontos mais importantes na conceção dos mesmos. Assim, as pérgolas, que se veem de cada lado do caminho, têm glicínias e jasmim, exalando um odor forte sobretudo na primavera, época em que a família Cook aqui residia.
Arco Indiano - Arco ornamental, que teria sido adquirido por Francis Cook após a Revolta dos Sipaios, ou dos Marajás, em 1857.
Cromeleque - Trata-se de uma estrutura decorativa construída no Parque, apesar da sua denominação que nos remete para o megalitismo pré-histórico, desconhece-se a sua origem e função.