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Parque da Pena e o Romantismo 

Updated: May 13

Ao percorrer o Parque da Pena, somos imbuídos do espírito que ditou e orientou a sua conceção e programa, sendo surpreendidos por um ambiente exuberante e dramático, que suscita e estimula diversas e distintas emoções. 


Entrando num contexto influenciado pelo Romantismo, a exaltação dos sentidos é uma constante. O parque foi concebido para explorar cada um dos nossos sentidos, desde a visão – através das várias perspetivas, cantos e recantos inesperados, paisagens de cortar a respiração ou cores que nos surpreendem -, o tato – através das texturas de elementos como pedras, folhas, flores e troncos ou a variação da sensação de frio ou calor, por exemplo -, a audição – através do som do vento, dos pássaros ou mesmo do silêncio e, por fim,  o paladar – que podia ser explorado através da ingestão de frutos e bagas recolhidas ou do sabor fresco da água das fontes e, naturalmente, o olfato - através do aroma das diferentes espécies, algumas mais ativas até em determinadas alturas do ano, como é o caso das magnólias do Picadeiro. Ao colocar-se cada um dos sentidos em ação (exceto o paladar, não permitido no Parque), despertam-se emoções, característica fundamental do Romantismo. 


O Romantismo foi um movimento artístico e cultural que teve início na Alemanha, em finais do século XVIII. Terá surgido como reação ao Neoclassicismo e culto da razão Iluminista e como reação à Revolução Industrial, tendo-se valorizado a emoção, o indivíduo, a subjetividade e a espontaneidade. Caracterizou-se pela expressão de sentimentos fortes, da fantasia, da nostalgia, da relação com a natureza de um gosto pelo passado. Os ambientes bucólicos e plácidos são substituídos por paisagens agrestes e exóticas marcadas pela desordem, aspereza e impetuosidade. O culto da Antiguidade Clássica cedia lugar ao gosto pela Idade Média, filtrada por uma lente de beleza nostálgica, de castelos, de misteriosas lendas e tradições, da tradição popular e oral, de histórias de cavaleiros nobres e princesas encantadas. 


Os jardins do Romantismo atestam a revolução que esta expressão dita. Assim, estes são espaços onde a Natureza parece dominar o ambiente, onde o papel do jardineiro é praticamente irreconhecível, onde os caminhos são sinuosos e as surpresas são constantes e onde as espécies botânicas devem ser o mais exóticas, insólitas e variadas possível, tornando-se espelho de espécies botânicas vindas dos quatro cantos do mundo. 


A multiplicidade de espécies, numa coleção eclética e ávida de reunir o maior número e variedade possível surge como marca incontornável do espírito romântico. No entanto, a importância que conferiam às histórias, lendas e simbologias associadas às espécies botânicas ditou que não se limitassem a simbologias sem sentido, escolhendo-as de modo criterioso. Para se entender a opção por algumas dessas espécies e a sua implantação num determinado local é necessário conhecer os seus significados e simbologias.  




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